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  • Foto do escritorRedação

As tragédias e o planejamento de Manaus


Administrações públicas que postergaram a tomada de posição para constituir instância permanente e competente para rever o planejamento de Manaus tendem a tomar medidas paliativas que, em si, não resolvem a situação, apenas a acomodam


As tragédias em Manaus diante das inundações e da força d’água nas ruas e nos barrancos demonstram a base estrutural da cidade e retomam o que pesquisadores alertam há décadas, a partir de estudos científicos, sobre a necessidade de pensar a cidade e enfrentar os seus desafios.


Administrações públicas que postergaram a tomada de posição para constituir instância permanente e competente para rever o planejamento de Manaus tendem a tomar medidas paliativas que, em si, não resolvem a situação, apenas a acomodam. É agir dentro das demandas atuais, com milhares de vítimas diretas, e não ignorar a importância estratégica de pensar a cidade nos anos vindouros.


Em outra ponta, os estudos demonstram que a crise climática continua avançando, envolve todos os setores e a sociedade e irá gerar impactos que são tratados como desastrosos e mais intensos. A forma de vida, a destinação do lixo, moradias em área de risco, o desmatamento e aterramentos e desvios de curso de rios reunidos são a bomba em explosão.


Que tipo de planejamento está sendo seguido em Manaus? Como os órgãos de fiscalização e de monitoramento atuam para assegurar que as normas legais sejam respeitadas por todos e adequadas às exigências socioambientais deste tempo? Manaus pode, se assim a administração municipal desejar, corrigir os graves problemas acumulados por anos e que, para os mais pobres, têm significado viver em situação de desespero, com prejuízos e mortes.


Se permanecerem os pactos de poder que ignoram a cidade e atuam para garantir a alguns poucos determinados empreendimentos enquanto a maioria da população é ignorada em seus direitos, como o de moradia digna, o que se assistirá será a repetição de tragédias, depois essas serão esquecidas até outras ocorram.


Os eventos terríveis desses dias deixam lições, pela dor. Que elas possam ser aprendidas e representem uma tomada de posição firme, inteligente e justa na recuperação do ser cidade. Até agora não foram verificadas ações nessa direção, o que é preocupante.


Há um silêncio por parte da Câmara Municipal e de outras instituições e de representações de profissionais que deveriam, por dever de ofício, se apresentarem publicamente em defesa da cidade, na composição de grupos de estudos e de formulação de propostas de enfrentamento, de prevenção e de projeção de Manaus. Inteligência há. Fonte: Acritica

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